oficina de escrita

O que mais você escreve?

Além do trabalho acadêmico, o que mais você escreve? 

Escrever não é um processo mágico, não acontece de um dia para o outro. Escrever é como tantas outras coisas que fazemos na vida, exige treinamento, técnica e dedicação. Por isso é preciso praticar de modo mais ou menos constante. Mas você não precisa escrever sobre o seu trabalho acadêmico todos os dias. Escreva uma carta, um conto, uma crônica, diários, detalhadas receitas de bolo. Descreva seu quarto, a pracinha mais próxima de casa, faça uma lista de palavras da infância. São muitos os exercícios de escrita que podem apoiar a escrita do seu trabalho acadêmico. Muitas vezes, por trás da dificuldade com a escrita acadêmica estão dificuldades com a escrita de modo geral. Este deslocamento – escrever qualquer coisa para desenrolar a escrita – é também sugestão do sociólogo Howard Becker no livro Truques da Escrita – para começar e terminar teses, livros e artigos (que aliás, conta que escrever não é truque!): 

“Você não precisa começar escrevendo um livro. Escrever qualquer coisa – cartas, registros num diário, bilhetes – já vai ajudar a eliminar um pouco do perigo e do mistério da escrita. Escrevo um monte de cartas. Também escrevo bilhetes, para mim mesmo e para pessoas com quem trabalho ou partilho algum interesse. Examino esses documentos fortuitos, praticamente isentos de qualquer censura, em busca de ideias que não chegaram a ser plenamente formuladas, mas que talvez sejam interessantes, e em busca de algum início para coisas mais sérias.”

Truques da Escrita, de Howard Becker. 


FRANÇA, Ana Claudia C. V. de. O que mais você escreve?. Blog Plástico Bolha, 2021. Acesso em: . Disponível em: <https://anafranca.com.br/o-que-mais-voce-escreve/>.


Publicado por Ana França

Sou professora no Departamento Acadêmico de Desenho Industrial (DADIN) da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), no campo de Narrativas Visuais e Produção da Imagem. No doutorado pesquisei sobre mulheres no circuito de cinema em Curitiba, entre 1976 e 1989 (PPGTE/UTFPR). Dedico-me a projetos em narrativas visuais e investigações sobre mulheres no audiovisual, nos cruzamentos entre história, narrativa, literatura, texto e imagem.