
Durante a guerra, mulheres assumiram funções estratégicas, seja trabalhando nas fábricas produzindo artefatos de guerra, seja cuidando de suas famílias e colaborando com as medidas de segurança e sobrevivência. Cartazes, revistas, filmes e desenhos animados funcionaram como propaganda de guerra, orientando e estimulando mulheres a ocupar um papel importante na manutenção do sistema bélico.


Estima-se que entre 8 e 16 milhões de mulheres foram empregadas em indústrias aeronáuticas, automobilísticas, de equipamentos eletrônicos, dentre tantas outras, que tinham então sua produção orientada para a guerra. Vagas de trabalhos considerados “masculinos”, agora chegavam a ser ocupados por mulheres em até 50%.
Sobretudo, a experiência de trabalho transformou a vida de muitas mulheres que se viram temporariamente em uma posição de prestígio social e relativa independência. Nos EUA, Phyllis McKey Gould foi uma das muitas soldadoras e conta, no episódio 03 da série “The Genius of Design”, que além da evidente contribuição com a mobilização de guerra, uma grande motivação para assumir estes serviços era o salário:
eu gastei parte do meu dinheiro com lingerie sofisticada e discos do Frank Sinatra.
Agnes Patterson Moore lembra que escutou no rádio do carro um chamado às mulheres – “façam algo pelo seu país! Vão aos Estaleiros Navais Richmond e tornem-se soldadoras!” e pensou – “uau, este é um trabalho importante. Estão pedindo pelo rádio”.

Agnes e Phyllis encararam a tarefa de soldadoras com grande comprometimento e responsabilidade, apesar da inexperiência na função. Phyllis diz que apesar de seu trabalho ter sido juntar partes de navios, nunca chegou a ver um.
Com o fim da guerra e também do racionamento de tecidos, as roupas para mulheres ficaram novamente “ultrafemininas”: acinturadas, coloridas, estampadas, com laços e babados. NJ Stevenson, em Cronologia da Moda, explica que uma das fortes razões para esta mudança foi que a força de trabalho masculina estava de volta para ocupar seus antigos empregos e mulheres foram encorajadas a retomar seus tradicionais papéis como donas de casa.

E você, como acha que mulheres reagiram às mudanças pós-guerra?
Saiba mais:
- “The Real Rosie the Riveter Project” tem como objetivo resgatar histórias de mulheres que fizeram parte desta história, trazendo detalhes sobre o cotidiano, dificuldades, anseios, relações sociais e transformações.
- Conheça mais sobre o pôster “Rosie the Riveter” neste curto documentário do History Channel, sobre como o cartaz passou de propaganda de guerra para símbolo feminista.
- Os Desenhos Vão à Guerra, documentário